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23.11.08

projetos, projetos...

novembro é o mês dos projetos. abriu o edital da Oi e da Petrobrás, e vai abrir o tal AnimaTv, que deixou todo mundo alvoroçado. Já não sei ao certo de quantos projetos estou participando e/ou propondo. a esperança é dar essa rajada de metralhadora a longa distância e torcer para que uma bala, pelo menos, acerte o alvo.

no edital da Oi, são uns 4 projetos de quadrinhos. eu acho difícil esse edital, é muito grande, tem muita coisa e um projeto de hq é simplesmente pouco visível. mas foda-se, chance é chance. Essa é uma arte que fiz para acompanhar um dos projetos (sim, o personagem tem minha fuça de propósito!)
obrigado pelas visitas, have a good one!

10.11.08

pedacinho...

...de uma ilustração pra revista Mundo Estranho de dezembro. ela é 100% digital desde o esboço, com a cintiq fica mais fácil.



so, obama won. i'm not in the hype for politicians, i think they are all the same: a lot of fake promises. but man, the guy has the worst marketing name for a u.s. president ever! barack hussein obama. could be worse? yes! barack hussein obama comunism vader darkseid satan global warming! hehe just kidding, i'm glad he won, it's amazing how the u.s. image improved to the eyes of the world.

a boa notícia da semana (por enquanto!) é minha bike consertada e pronta pra pedalar novamente depois de 1 e meio. sedentarismo, se você tem um deus, é bom começar a rezar!

3.11.08

Resenha

How to Make Webcomics e The Economics of Webcomics



O "How to..." é feito por cartunistas, pega desde a motivação, idéia, escrever, desenhar, salvar formatos de arquivo, web design etc até a parte de promoção pessoal, convenções, merchandising, ads, e etc.

O "The Econo..." é um estudo de números do mercado, comparando impresso vs web, volume de negócios, fontes de renda e fazendo várias suposições.

Ambos falam do mercado americano, portando é preciso manter isso em mente quando se lê os livros. Nenhum dos dois diz algo "faça isso ou aquilo que vai dar certo pra vc", apenas apontam alguns caminhos e falam alguns números. A conclusão geral é que não existe uma fórmula exata para fazer um webcomic render, mas o que parece funcionar mais é um mix de fontes de renda, com publicidade, forte merchandising (com a versão impressa inclusa aqui) e outras como venda de originais, resenhas pagas e etc. Cabe ao autor se encarar como empreendedor, produzir seu conteúdo, entendê-lo e entender seu público, e então montar seu Mix de renda com base nesse entendimento (por exemplo, Dave Kellet, de Sheldon, faz sua tira de forma tradicional, inclusive as letras. assim, ele vende muitos originais, sendo isso 1/3 de sua renda. Já o Scott Kurtz, de PVP, não pode vender originais pq faz digital, mas seus personagens ficam bem melhor em forma de bonecos).

"The Econo..." começa dando uma geral no mercado americano impresso, como os gibis saíram das newstands (bancas) e ficaram apenas nas comicshops, com apenas um distribuidor, a Diamond (sistema de venda direta, onde o lojista compra com desconto a partir de um catálogo, e a mercadoria não é retornável). Bill Jemas, responsável por essa mudança, disse na época que não podia imaginar um leitor indo a banca durante 6 meses seguidos para acompanhar 1 história do homem-aranha(!). Esse sistema é eficiente economicamente, mas apenas para as "grandes 5 (marvel, dc, dark horse, image, wizard)", que possuem contrato premium. Todo o resto, as Small Press (pequenas editoras e autores independentes) é colocado no fim do catálogo, de forma bagunçada. É um um sistema onde fica difícil a expansão, pois conta com cerca de apenas 2mil lojas nos EUA (na década anterior, eram mais de 3mil). Depois, conta algumas experiências das editoras com os webcomics, com contéudo pago, citando a crossgen.

O livro segue fazendo cálculos para um autor independente, caso ele queria lançar seu gibi impresso no mercado direto. Coloca tb as experiências do Maccloud, como o micropayment via Bitpass não deu certo. Mostra tb como a lista de vendas de hqs no EUA praticamente não aparecem hqs autorais, fora das "5". Fala sobre CPM, merchandising e um monte de coisa. Atesta também que a taxa de conversão que é um consenso entre todos é de 1% (ou seja, 1% da sua audiência pagaria por uma assinatura de conteúdo, ou clicaria em anúncios, etc), mas frisando que que isso depende muito do conteúdo da sua hq, quando mais focado num nicho (ex: videogame), maior a taxa de conversão, enquanto que numa hq menos focada, um tráfego maior pode compensar.

Por fim, demonstra que hoje em dia, pra um small press, indie, gibi impresso envolve maior risco financeiro, sendo que vc pode chegar ao mesmo ganho financeiro via web. Mesmo que vc publique por uma major, recebendo 10% de royalties, os números ainda apontam para web, claro que existem exceções, mas estamos falando de risco. Nem toda hq tem potencial pra gerar merchandising, por isso cabe ao autor decidir qual caminho tomar. Nem estamos falando de fortunas, se vc desenha pra marvel provavelmente vai ganhar mais do que desenhando seu próprio gibi na web. Mas há dinheiro rolando e cada vez mais autores estão vivendo de web.

Em "How to...", os autores dão muitas dicas, desde as artísticas, até a de negócios. Afirmam que o webcartoonist tem q usar o chapéu artístico e o chapéu de empresário, pelo menos até ter grana o bastante para contratar o empresário... Falam de promoção pessoal, de como ser positivo para sua audiência (i.e. não ficar blogando lamentações de sua vida, a não ser q vc faça disso um entretenimento por si só!), etc, de como montar sua loja, que tipos de produtos colocar, e quando, etc. Das dicas artísticas, destaque para a de não emular algum assunto que vc não conhece (tipo escrever sobre game se vc nem joga), a não ser q sua hq seja sobre isso (um escritor não-gamer tentando escrever sobre games). Falam um pouco sobre piadas, sprites de desenhos e mais um monte de coisas, enfim, toda a parte de criação.

Sobre fontes de renda, falam que doações são boas até certo ponto, depois que sua audiência estiver grande o bastante e vc montar uma loja, não faz mais sentido pedir doações. Na loja, falam em começar devagar, utilizar fornecedores "on demand", até sentir o potencial de determinado produto e passar a fabricá-los em escala, para melhorar sua margem de lucro. Nesse livro, dizem que a convergência é de 5%-10% (lembrando que vendem nos EUA, o país com a maior classe média consumista do mundo). A fórmula deles é subsidiar o site com publicidade, e vender merchandising próprio (que possui uma margem de lucro maior que ads), utilizando o menor número possível de intermediáros (ou os intermediários de melhor custo-benefício, tipo, vc não precisa entregar todas as suas mercadorias vc mesmo, nem costurar suas camisas). Existem muitas outras fontes de renda, como comissions e outras, novamente, é vc como autor e empreendedor quem deve analisar seu material.

Falam bastante sobre as convenções, as Cons, sobre aparecer em público pra sua audiência etc. E que não necessariamente uma comic con é a única con que vc pode ir, dependendo do assunto da sua hq, vc deve ir a convenções não ligadas a quadrinhos.

Resumindo, "how to..." é mais completo, mas tem menos números, ninguém diz o quanto ganha. Um grande mérito do livro é estimular vc a pensar sobre sua arte e seu produto, a servir bem seu leitor, ser positivo, não ter medo de entrar no terreno dos negócios, e ficar esperto: ninguém quer cuidar melhor da sua propriedade do que você, portanto cuidado com contratos leoninos. É bastante motivacional, uma ótima leitura. "The Econ.." é mais um estudo que prova através de números que para o autor indie, ou a pequena editora, nos EUA, o risco financeiro é bem maior do que ir direto pra web, com retorno financeiro parecido. É uma leitura mais truncada, e um pouco desatualizada (original de 2003 com atualizações de 2006), mas essencial.

Minha conclusão é de que um complementa o outro, formando uma leitura ótima para quem se aventura na web, ou pra quem quer iniciar-se.